Bóia louca

Vi o amor em dois poemas

Em outros mil, ele oculto;

Ora uma criança apenas,

outra sóbrio e grave adulto.

Vãs tentativas de sistematizá-lo,

ordenando o conteúdo e a forma;

Um milhão de alfabetos não bastaria,

idiossincrasia pois, é a norma.

Cada palato prova do sabor,

a despeito da versão alheia;

Enquadra e fotografa o amor,

Com o filme que pulsa nas veias.

Risca na pauta nota e pausa,

De canção triste, intermitente;

Sintomas que apontam a causa,

cuja dor, só conhece o paciente.

No estranho domínio do dominado,

o carcereiro fica preso ao labor;

qual bóia-louca mercê do peixe,

peixe fisgado, mercê do pescador.