Aromas
Eu gosto das madrugadas...
Sobretudo aquele momento
De silêncio...onde se pode
Ouvir o último grilo
Cricrilando...
Com o primeiro pássaro
Cantando...
Onde o maestro galo
Dá a tônica da sinfonia
De mais um dia
Chegando...
Eu amo as manhãns calmas
Que no apagar das luzes das velas
Começa o som nostálgico
Do meu moedor de café
Movido a manivela.
E quando o aroma da bebida
Quente
Se mistura as flores
De minha varanda silente.
Acendo o fumo de chocolate
E viajo na fumaça
Doce e envolvente
Brindando ao amor que fizemos,
Eu e a poesia...
Na noite sozinhos...
O poeta...e ela...
Papel...caneta e dor...
Em lençois de linho...linhas,
A lembrar que a vida continua
E que a solidão existe
Em mim...um poeta que
De viver...insiste.