Ah se eu pudesse encontrar a infinidade do mar, já não seria encanto, mistério, deslumbramento, propósito não haveria em tal fundamento...
 
Ah se eu pudesse correr ao mundo, tudo só, tudo em segundo, conhecer todo canto, todo espaço, eu saberia demais, graça haveria jamais...
 
Ah se eu pudesse viver sem monotonia, prazer de existir, sentir todo dia, os dias não teriam valor, por que até o simples e o banal tem sua cor...
 
Ah se o amor fosse fácil de amar, a conquista seria até insignificante, por demais constante, tal calmaria seria o verbo amar, por que então haveríamos de lutar?
 
Ah se eu pudesse ter as mãos de Deus para tocar os versos meus, eu seria um dilema, minha existência, um problema...
 
“Ah se eu pudesse” é muito vago, é passado, é não mais poder, o que tenho pra frente há de vir, há de ser, e aí sim, quem sabe poder ver, alcançar. Conquista a conquista, realização, talvez.
Gabriela Mansur
Enviado por Gabriela Mansur em 05/04/2012
Código do texto: T3595357
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