À deriva

O que meus olhos procuram de certa forma

A beleza escondida

Por trás do retrato

Detalhes de uma vida

A qual não se imagina

Tão mínima

Como virar de paginas

As palavras cobertas

Deitadas sobre as folhas

Dedilhadas com os dedos

Levadas ao som da voz sussurrante

Como correntes de águas tranquilizantes

Penetram nesta alma viajante

E fecunda-se sobre este chão

Esta terra onde piso

Onde meus olhos migram

Encontra-se em uma ilha

Da qual todos se isolam

Uns transformam-se em lendas

Outros são resgatados

Alguns ficam à deriva

Presos em suas próprias armadilhas

E seus monstros em particulares.

Sandro Sansão
Enviado por Sandro Sansão em 31/03/2012
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