DESERTO VIVO...

Postinia...

Deserto vivo...

Celeiro da alma

Jardim fecundo

Novo mundo

“Lugar onde o céu se encontra com a terra”.

Aonde vemos a Deus face a Face.

Não está fora,

mas dentro de nós mesmos...

Pois, nossa alma,

em seus recônditos imensuráveis,

continua virgem ainda;

porque pouco ou quase nada

nos conhecemos todavia.

A princípio desolador...

Insípido...

Tedioso...

Ríspido...

Doloroso...

Infértil...

Assustador...

Aos poucos...

Ouvido cioso...

Coração em oração

batendo ao ritmo respiratório...

Ostensório das Palavras Eternas,

da escuta interna...

Lagar de perfeição...

Ininterrupta...

Soa das profundezas da solidão

a oração de peregrino penitente

que busca o Amor Onipotente:

“Senhor Jesus Cristo, tende piedade de mim,

ó Filho do Deus vivo, porque sou pecador”.

E assim esse clamor

sobe ao céu em harmonia,

como serena sinfonia

de alma enamorada;

que entregue...

Abandonada...

Sofre o martírio de amor.

Frei Fernando Maria
Enviado por Frei Fernando Maria em 25/01/2007
Reeditado em 28/02/2007
Código do texto: T358573
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