RELÓGIO

Estou andando no compasso de um relógio invisível, cujas horas não sei quais são.

Apenas sei que tenho andado muitas léguas em pouco espaço.

Nessa jornada deixei as malas, os apetrechos e nada tenho levado a não ser a alma, mas ainda assim há bagagens que são lançadas pelo caminho.

Meus medos? Muitos.

Porém, uma vez caminhando não posso parar, resta-me vivê-los, arrepiar-me ao cair da noite em companhia da minha mente ágil e malévola reproduzindo seus monstros.

Entretanto, a jornada vai a despeito do que me passa por dentro.

Quando termina?

Não sei e não me interesso por saber.

Adoro a doce alienação quanto ao fim da estrada.

E quando terminar, caso terminar voce saberá, mas nunca poderá saber o que senti.

Deborah Mahara
Enviado por Deborah Mahara em 30/03/2012
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