Pássaros covardes - Gostaria que isso ficasse bem claro.
Não como os do alto pico -
Pássaros do frio monte
Que voam pra um flamo horizonte -
Que planam longe do perigo.
Quer que eu acredite e insiste
Que o bem não traz sofrer
Contou-me - o pai - contos tristes
Quando eu não sabia viver.
Mas sei, sem histórias, sem mitos
Sozinho eu pude aprender
Que não há planaltos sem picos
Não há um dia sem poêr.
Depois do poêr vem a noite.
Vem vindo, tão silenciosa
Traz-me as respostas, açoite
Guardadas nas nuvens chuvosas.
Não vá para aquele lado,
Não fuja sem antes lutar,
(onde está?)
Seu coração imaculado
(trancado)
Grita para se libertar.
Não como os pobres alados
Que voam sem refletir.
Em terra semeie o abrigo
Que irá te abraçar e com sigo
Irá te aquecer,
No amanhecer.
Não como os alados do alto pico –
Que vão para o frio do monte,
Só olham para o flamo horizonte
Não lutam, fogem do perigo.