Detalhe
Descrevo-me e falo em alto e bom som,
Na nota singela e única de uma canção,
No solo do violão da alegre ou triste canção.
Sou amor, encanto e magia,
A loucura de um sonhador,
A lucidez da exata razão.
Nos versos e trejeitos da poesia,
No trabalho duro e árduo da ociosidade
De quem vive o raciocínio da filosofia.
Sou o vento que toca o mar,
Sou o planeta incontáveis em grãos.
Sou a lua e o sol que enfeitiça.
Sou o recuo na batida do coração.
Não me preocupo com o futuro.
A vida, eu deixo seguir seu curso.
De tudo eu sou um pouco.
Sou lúcido e louco...
O medico e o paciente.
Em rabiscos eu pinto
Entre o lápis o pincel.
Na tinta ou aquarela sem compasso sem régua.
Impressiono os críticos, sou o mito do artista.
Desenho-me e me retrato sem tela.
Pro meu tempo dou trégua.
Se a sorte passa por mim com o arreio,
No sonho eu ando em pelo...
Pois prefiro a liberdade do vento em meu cabelo.
Que a sorte de viver presa, acorrentada à futilidade do conceito.
Sou do doce o amargo,
Sou quase nada,
Sou algo que falta, mas, fala.
Uma coisa pequena imperceptível,
Mas, que faz a diferença.
Da vida
Sou que falta em você,
o Detalhe.