Fingindo nos amar
Podemos conversar um pouco mais,
amistosamente,
carinhosamente,
jurando ser uma conversa
humana,
apesar da insanidade.
Vem cá,
senta aqui,
falemos de amores,
do que é nosso,
da companhia, das manhãs,
do que se dá noutras mãos
pela ausência do que é nosso de fato.
Sim.
Falemos alto,
chamemos a atenção às atenções
mais subalternas,
deixemos,
e tudo vai seguir,
se seguir,
como em todas as tardes
em que nos unimos
fingindo nos amar.