A NATUREZA
NÃO OUVE LADAINHAS
apontou o dedo
na direção
do rio barrento
e ele se agitou
em correntezas
nasceram flores
aonde a terra
secara
pássaros adormecidos
voaram dos ninhos
e só bem mais tarde
compreendeu
que estava bem
no centro
de uma vontade maior
seu corpo instrumento
o universo
compaixão
seus olhos viram
o que a alma
espelhou
a natureza era
um deus
que não ouvia
ladainhas
mas parecia
ainda esperar
o milagre
de um novo homem
de boa vontade!