Verdades a Noite
Ó como amo-te verdade fria e pura!
Tomada de feliz luz e de amargura,
Embebecida em féis e só sem sorte
Que se conhece tudo: pela morte.
Quero enxergar as mais escuras pagãs almas
Que se entrelaçam, dançam, cantam sem a calma.
Ó como amo-te, verdade, como a noite!
Que me condena e me engasga com açoites.
Se não no céu nem no inferno, meu destino,
Chega do medo a enroscar meu intestino.
Quero de súbito saber, tão pura e fria.
Quero a verdade desta morte tão esguia.
Quero saber o quanto alto está este certo
E no deserto céu voar no alvo monte
Quero entender e lá estar, assim, tão perto.
Quero que deus na minha frente tudo me conte.