As letras manuscritas

As letras manuscritas

Das mãos que geram tímidas letras

Que compõem honestas palavras

Idéias pela mente cobiçadas

Na busca por tirá-las das gavetas.

Das letras, às vezes, “desengonçadas”

Cuja compreensão é, ao menos, obsoleta

Não há mente alguma que prometa

Que, sem esforço, elas serão melhoradas.

As letras manuscritas que propuseram meu início

As raízes de um amor, hoje, interminável

Ou, seria este, um tão dócil vício?

Não, prefiro algo mais respeitável

Ou, me entregue ao hospício

Por ter pensamento lamentável.

As letras manuscritas nascidas na infância

Sujeitas a erros de grafia

Por desconhecimento da metodologia

Ou pela dificuldade imposta pela concordância.

As letras manuscritas, sem importância

Produto de mentes tão vazias

Que temem as regras da caligrafia

Preferem permanecer sem relevância.

Assim, eis a morte das letras manuscritas

Pela tecnologia que facilitou o aprendizado

Economiza o tempo dedicado

Pois, a mente já não mais exercita.

Marcel 23-03-12