médicos
cortei o maior barato, e nem vi o caminho
tropecei em pedra de granito
abriu um buraco no dedão, e sangrou
a rua cheia de lama, deu uma imagem pior
mas era muito sangue, e eu não podia voltar
continuei o meu caminho, sem voltar mesmo
quando finalmente parei, lavei a ferida, que doía
a água batendo no corte, ardia e eu chorei
as lagrimas caiam e ninguém perguntou nada
alguns ficaram com pena, outros se divertiam
mas continuei o meu caminho, não tem jeito
cada vez que pisava. O sangue lá estava
e o inchaço chegou ao máximo, mas continuei
o sangue já coagulava, e parou de sangrar
também parou de doer, apenas o inchaço continuou
fui dando voltas, até chegar, e cheguei
no caminho de dor, não tinha ninguém
ou se tinha, não apareceram,
quando a ferida curou, apareceu uns médicos
até disseram que me haviam ajudado,
sorri, e deixei pra lá, ninguém gosta de doentes