Dançando ao léu.
Sim,
eu dancei...
Em múltiplos e pueris sentidos.
Sob a chuva,
sob meus próprios lamentos,
uma dança solitária,
uma cena atípica,
uma só loucura.
O que é meu e fora teu.
Dancei, ermo,
poeta nu e cru,
fragmento de algo que eu nem mesmo
reconheço,
ou
desafeto.
Eu em minhas valsas,
ante a multidão gritante,
pensante demais,
tão ciente de nós dois,
vi que éramos um.
Apenas.
Talvez um no lugar do outro,
e as duas dores atreladas às vestes,
juntamente com o orvalho mais canalha e
adocicado
das minhas danças ao léu.