As 24 horas de sempre

Há momentos em que se desacredita de tudo,

Até do sabor da carne na hora do almoço.

Os sentimentos esvaziam-se de tempero.

O coração bate forte na tentativa do exorcismo deste escárnio confrontando as tentações.

O ritmo de tudo se descompassa.

E os afazeres se tornam o martírio real.

As vozes dos que te cercam,

A música que lhe apetecia.

À noite, tudo vem à tona.

Renova-se o perigo da lona,

Da lama.

Mas sempre há tempo para a mudança,

Sem muita abastança,

Quem sabe em outro lugar.

Quem sabe noutro dia.

Como fiz agora.

Esperei para terminar esse texto.

E essa angústia,

Essa, supracitada,

Como num passe de mágica,

Se dissolveu,

E evaporou.

Victor Godoi de Almeida
Enviado por Victor Godoi de Almeida em 21/03/2012
Código do texto: T3568135