As 24 horas de sempre
Há momentos em que se desacredita de tudo,
Até do sabor da carne na hora do almoço.
Os sentimentos esvaziam-se de tempero.
O coração bate forte na tentativa do exorcismo deste escárnio confrontando as tentações.
O ritmo de tudo se descompassa.
E os afazeres se tornam o martírio real.
As vozes dos que te cercam,
A música que lhe apetecia.
À noite, tudo vem à tona.
Renova-se o perigo da lona,
Da lama.
Mas sempre há tempo para a mudança,
Sem muita abastança,
Quem sabe em outro lugar.
Quem sabe noutro dia.
Como fiz agora.
Esperei para terminar esse texto.
E essa angústia,
Essa, supracitada,
Como num passe de mágica,
Se dissolveu,
E evaporou.