A cruz alheia
Alma rica de andanças e mísera de posses,
Acossada pelo fado, enriquece mais e mais;
Criança maculada como se adulto fosse,
Alheia aos valores que se medem em metais...
Segue arrastando pesos desproporcionais,
Que mãos relapsas lhe jogam nas costas;
Se ao menos pudesse aliviar outros animais,
Mas, seguem sujos, pisando as próprias bostas.
O pior não é suportar esse fardo assim, atroz,
Caso frutificasse, a sorte seria menos amarga;
O diabo é que projetando suas doenças sobre nós,
Não aliviam um kilo sequer de suas inúteis cargas...
Sobre pesos e cruzes, resta aprender com Ele,
Ninguém laborou igual, nessa inglória roça;
Tá certo, Simão, até levou um pouco a dele,
Que por sua vez, inocente carregou a nossa