O transcender da vida
Eu que sempre usei a vestimenta da sinceridade.
Que acreditei na felicidade,
Mesmo sem perspectiva e possibilidade.
Que perdi e ganhei tantas vezes.
Que mantive o sorriso na face,
Como forma de disfarce,
Ocultando os momentos de dificuldade,
Ressaltando sempre a mesma frase.
Tenha fé.
Questiono-me em profundidade.
O que esperar de um ser,
Que transcende eternidades?
Que já viveu e vive,
Que aprendeu e aprende.
E que por mais que tenha uma nova roupagem,
Mantém em sua alma velhas disparidades.
Sim, são os errantes do mundo.
Aqueles que muito aprendem,
“Com topadas em pedras”,
Que caem e levanta-se de quedas,
E evoluem com continuada espera.
São homens, mulheres, jovens e crianças,
Que esticam as mãos,
Para lhe dar cumprimentos ou pedir migalhas de pão.
São os determinados,
Persistentes,
Inatingíveis e inabalados.
Aqueles que esperam as manhãs como música,
E se vão como apagar das luzes.
Em meio à noites de escuridão.
Todos em alma e coração.
Aqueles que se encontram,
E um dia se encontrarão.
Sempre seguindo uma missão.
Guiados por intuições,
Sentimentos e emoções.
Para todos nós seres humanos.
O que são os sonhos?
Rascunho de um futuro,
Provável ou infortúnio?
Ou medo de ser um grande fracasso?
A vestimenta do “ser” sincero,
Pode ruir-se em mil pedaços.
Desmantelar-se e virar pó.
Que será levado no vento,
Com o passar dos anos,
E o correr do tempo.
Porém a essência sempre se encontrará dentro,
Não importando se a roupagem é de pano velho,
Ou de nobre linho.
Todos nós somos apenas os acolhidos,
Dessa enorme abrigo,
Que recebe um mundo infinito.
PATRICIA NEGREIROS DO COUTO