ENTREGUE À DESILUSÃO

Jaz um pouco de mim
em cada sombra,
em cada beco,
em cada lombra.

Contudo, não me confundo,
minha cabeça é o lodo do mundo!

Nada mais me desespera
e o que não me tolera
pode por mim ser esperado.

Então sou eu, fora do eixo,
não sei se me apanho ou me deixo,
minha estrutura está corroída,
não sei o que fazer de minha vida.

Tanto faz o que vai,
tanto faz o que chega,
tudo ao redor acelerado.
Esse aspecto opaco,
essa vontade de dormir.

À flor da pele desse tédio,
insuportavelmente sem remédio,
entre o pensar e o sentir.

Fico ou sumo?
Não há o que preservar
quando o que me perde
sou eu nesse vazio.
Arredio.
Sombrio.
Sem rumo.




(14/03/2019)
QUINTA-FEIRA
14h57



 
MORGANA CANTARELLI
Enviado por MORGANA CANTARELLI em 22/01/2007
Reeditado em 15/03/2019
Código do texto: T355367
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