O POEMA É! . . .
O poema pode ser qualquer coisa,
Sem depender de quem o escreve,
Mas, sim, de quem o lê.
Cada um empresta a visão do que vê
Interpreta e sente diferente
Dentro da sua realidade pressente
Pode ser uma jóia preciosa,
Leitura suave e leve,
Odor de rosas em buquê.
Ou apenas uma pedra qualquer
Que atravessou o seu caminho
Se o espírito estiver em desalinho
O poema é plástico e moldável,
Com ou sem rima,
Um soneto, ou forma alguma;
Amolda sentimentos em espiral
Assenta e colore movimentos
A depender da sua sensibilidade
Ele flutua no ar, se mimetiza,
Escondendo o seu sentido fácil,
Nem se percebendo, se de alegria ou tristeza.
É construído de fragmentos
Alojados nas gavetas da sua psiquê
Libertos são depois expostos
O poema é sempre verdade.
O poema é! . . .
O poema sempre traz
Mensagens decodificadas
Que saem de dentro pra fora
E retornam de fora pra dentro
Para as trevas, claridade;
Fruta colhida no pé,
Alimento que, à alma, satisfaz.
Percebe-se a luz pela sua intensidade
Na doçura dada pelo toque refinado
Qual fonte cristalina que brota e jorra
O poema é o ápice da inspiração,
Um átimo que perpassa a vida,
Fazendo ótimo, o que já era bom
Mistérios das artes mais sublimes
Que se entrelaçam como ramas
Músicas que acalmam ou inflamam
Remediando ânsias, desnudando a ilusão:
Cornucópia, única, repleta de graças infindas;
Dos deuses – a poesia – é o mágico dom.
Calmante que se transmuta em alucinógeno
Há muito que se estudar sobre o fenômeno
Ao certo... Apenas que sai pelas janelas da alma.
Duo: JL Semeador & Hildebrando Menezes
Nota: Nossa homenagem ao Dia da Poesia.