Confetes

Perdi o artifício que pensei que tivesse

Logo perdi o pensamento

Logo perco coisas que invento

Que são em minha alma

Mais que verdades

E de que me serve o artifício?

É meu vício

De dar e fingir que não dou

De dizer que não irei, mas sempre vou.

Joguei confetes no meio do nada

Alguns foram ao chão, outros ao vento.

E outros atingiram pessoas

Gente que disse sim

Gente que disse não

E que certamente não gosta de confetes

Ou de mim

Jogar confetes é sem permissão

Como pedir pra dizer que gosta?

Então no momento do não, me calo.

E devo passar os próximos dias sem jogar confetes

Tecendo enfeites onde não há.

Até que me refaça em mais um artifício

Que seja lá coisa que invento ou não

Mas que saibam e que exista.

Álefe de Castro
Enviado por Álefe de Castro em 12/03/2012
Código do texto: T3550000
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