Confetes
Perdi o artifício que pensei que tivesse
Logo perdi o pensamento
Logo perco coisas que invento
Que são em minha alma
Mais que verdades
E de que me serve o artifício?
É meu vício
De dar e fingir que não dou
De dizer que não irei, mas sempre vou.
Joguei confetes no meio do nada
Alguns foram ao chão, outros ao vento.
E outros atingiram pessoas
Gente que disse sim
Gente que disse não
E que certamente não gosta de confetes
Ou de mim
Jogar confetes é sem permissão
Como pedir pra dizer que gosta?
Então no momento do não, me calo.
E devo passar os próximos dias sem jogar confetes
Tecendo enfeites onde não há.
Até que me refaça em mais um artifício
Que seja lá coisa que invento ou não
Mas que saibam e que exista.