BORRAS DA MENTE
Meu olhar retilíneo, nas paisagens oblíquas, é instável
Alguém poderia me dar um nível, para equalizar meus olhos
No desbalanço do mundo?
A noite bole comigo e com as estrelas
Alivia-me o frescor do mel alcalino descendo na minha garganta
Minha garganta, portal dos infernos do meu corpo
Por onde descem o ácido das mágoas mal engolidas
Ainda bramem versos inúteis
Os versos deveriam me fazer sentir mais seguro,
Mas eles não são um caminho seguro
Nem para mim, nem para as palavras.
Tudo vem à superfície,
Nada fica escondido nos subterrâneos para sempre
Nada fica na superfície mais do que deve
Porque do barro são feitos, nossos corpos indefesos,
Carregados de eletricidade
A mente, vem do alto, feita por artífices sagazes
e suas equações insolúveis
Assim se você não consegue entende-las
Melhor aquietar-se, respire fundo meu amigo
Tome uma coca-cola
Porque nada vai ajudá-lo a entender sua presença
neste mundo!