BORRAS DA MENTE

Meu olhar retilíneo, nas paisagens oblíquas, é instável

Alguém poderia me dar um nível, para equalizar meus olhos

No desbalanço do mundo?

A noite bole comigo e com as estrelas

Alivia-me o frescor do mel alcalino descendo na minha garganta

Minha garganta, portal dos infernos do meu corpo

Por onde descem o ácido das mágoas mal engolidas

Ainda bramem versos inúteis

Os versos deveriam me fazer sentir mais seguro,

Mas eles não são um caminho seguro

Nem para mim, nem para as palavras.

Tudo vem à superfície,

Nada fica escondido nos subterrâneos para sempre

Nada fica na superfície mais do que deve

Porque do barro são feitos, nossos corpos indefesos,

Carregados de eletricidade

A mente, vem do alto, feita por artífices sagazes

e suas equações insolúveis

Assim se você não consegue entende-las

Melhor aquietar-se, respire fundo meu amigo

Tome uma coca-cola

Porque nada vai ajudá-lo a entender sua presença

neste mundo!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 12/03/2012
Reeditado em 10/05/2023
Código do texto: T3549575
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