Revirando Meus Quintais
Por horas sem fim me deixo vagar por mim mesmo, me busco me abro me cubro, me faço senhor e escravo, revejo épocas e situações por mim nunca antes vividas, e sinto saudades, saudades de tempos, saudades de histórias, saudades de pessoas e saudades de mim.
Tento buscar como Teseu no labirinto da feroz besta, o fio da meada, o novelo que me levara à saída, a liberdade, ao encontro de mim, comigo mesmo, mas é difícil, a vida é cheia de picadas de alfinete que acabam por ferir, e se você se abre demais fatalmente as setas dos descaminhos irão atingi-lo, então me pergunto, não posso ser eu mesmo, não posso amar deliberadamente, não posso liberar sorrisos e até mesmo minhas lágrimas quando elas insistirem em cair? Que serei ou farei eu então? Simples marionete da desilusão?
Ah não, isso nem pensar, quero sair gozar, amar, me dar, sugar o melhor que puder da vida, e devolver em dobro, com haustos de alegria, felicidade, e principalmente um eterno agradecimento, por tudo que tenho, por tudo que vou ter, e por tudo que ainda estou para viver.