Baile dos mascarados
É tudo plástico
Tudo estereotipado
Tudo capa de revista
Íntimo estampado
Sentimento calculado
Pessoas que agradam a vista
E depois deixam de lado
A simpatia forçada
Que não dura quase nada
Pois a máscara cai, até na hora errada
Meia dúzia de comentários maldosos
Tentam passar despercebidos
Disfarçados junto apelidos melosos
Baixeza com o requinte merecido
Sorrisos encantadores
Sons difamadores
Que saem por entre os dentes
Dessa gente sem coragem
Quem julga mais erros é gente
Nisso são competidores
Julgam e condenam, nos outros
Coisas que eles mesmos fazem
Cria-se uma rotina
De troca de personagem
De uma forma cretina
Santifica-se uma imagem
E facilmente se ensina
Como vilões se fazem
Eles escondem seus 'quem'
Garantem-se no seu 'o que'
É o baile dos mascarados
Pra eles vale a imagem que tem
Que santos não são
Mas fingem ser
O outro que é sempre o errado
Máscaras de todo tipo
Para covarde, não aceito e oprimido
Incapaz ou sem personalidade
Para quem de honra é desprovido
Para viver em sociedade
Para ter o que não teria tido
Se mostrasse quem é de verdade
Por eles o melhor não será obtido
Pois melhor gosto está na realidade.