Das inspirações

Veio assim de repente como essa brisa gostosa que corta o vale

A lembrança recente que se faz nascente no amor que ainda insiste em você.

Eu, sentada aqui nesse tronco velho de eucalipto...

Os pássaros dando rasantes, bebendo água no lago

Vendo, lá do outro lado, o vento batendo e fazendo no dossel das árvores um balé formoso.

Sinto uma enorme saudade que me aperta o peito feito um torno sem controle

Tento escrever algumas linhas no meu bloco, só saem rabiscos e o seu nome.

Meus pés descalços tocam nas folhas secas, marrons.

O som que elas emitem me remete a uma época em que eu ainda me arriscava com a velha máquina de escrever.

Tempos remotos e maravilhosos

O velho cesto de lixo, lotado de folhas amassadas

Pensamentos que saiam já amarrotados da minha cabeça

As imagens que só vinham à noite, como fadas ou almas aladas.

Inspiração é assim... Um mistério em frente e verso

Quando a verve lhe toca é como um empurrão...

Um mergulho no buraco nada negro do universo

O colorir da emoção.

André Anlub

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