Coisas do vento
Coisas do vento.
Exausto
Do novo e do velho
Que não se é presente nem passado
É um estado de entrelinhas
De coisa meio vazia
Que não sei onde cabe
Quiçá deus, quem sabe?
Do despertador do mais cinco minutos
Do minuto que é mais que minuto
Que é mais que o girar ponteiros
É a vida que gira
Mas gira antiga
A cada volta a cada cantiga de passa tempo
A cada tristeza de não viver
Negando qualquer desânimo
E sendo todo ele
É um deixar de ser gente e ser o vento
E não ter e nem ser moinhos
Nem cata-ventos
E do dizer não fazer
Do fazer não dizer
Calar-se imóvel a olhar
Do não pensar, e ser coisa qualquer que contempla.
Álefe de Castro Dourado