Coisas do vento

Coisas do vento.

Exausto

Do novo e do velho

Que não se é presente nem passado

É um estado de entrelinhas

De coisa meio vazia

Que não sei onde cabe

Quiçá deus, quem sabe?

Do despertador do mais cinco minutos

Do minuto que é mais que minuto

Que é mais que o girar ponteiros

É a vida que gira

Mas gira antiga

A cada volta a cada cantiga de passa tempo

A cada tristeza de não viver

Negando qualquer desânimo

E sendo todo ele

É um deixar de ser gente e ser o vento

E não ter e nem ser moinhos

Nem cata-ventos

E do dizer não fazer

Do fazer não dizer

Calar-se imóvel a olhar

Do não pensar, e ser coisa qualquer que contempla.

Álefe de Castro Dourado

Álefe de Castro
Enviado por Álefe de Castro em 05/03/2012
Código do texto: T3536629
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