DANEM-SE

Revela-se, resvala-se

Ao alcance do meu costado

Um bruto estado de transe

De danem-se os principados

Embaixadas, consulados

As oficiais relações

O desenrolar desse emaranhado

No esteio da pátria-mãe...

Para viver despreocupado

Desse e doutros lances

Próprios dos dias e dos amores

Mais em transes, num relance

Jogo a calma mar adentro

Afora ondas, correntes

Da mente vagar um centro

Um estar nu de não rogado

O rasgar de papéis, certificados

O balanço do olhar-sul ao vento

Tremor rumo à terra nova e fria

Sim, assim como se destila

Um fenecer de dia

Despregando o ladrilho azul, azul...

Depois, pendurada, a lua branca,

A cantar em luz excelsa, um soul...