Fragmentos do Tempo

Nas horas soturnas da noite nefasta
Escura como breu, com a lua oculta,
Abrem-se as portas do que é eterno
Fragmentos do inexorável Tempo,
Primeira sala, o saudoso passado,
Velado por cortinas esmaecidas
Iluminada por chorosas velas de sebo,
Habitada por sombras que lamentam
Alimentadas por tormento e ansiedade,
Um caminho percorrido do qual restou
Apenas, entre teias, um santuário,
Pergaminhos escritos em hieróglifos
Segredos aflorados por tristes Almas,
Alguns passos, nova sala, o presente,
Alternativas, desafios, abismos,
Entrelaçando desejos e quimeras
Através dos anos que envelhecem
Um corpo abatido e a pele sem viço,
Assistindo o obituário e funeral
Das horas e dias que fenecem,
Uma sala, velada por véus sombrios,
Distante, apenas um rótulo, futuro,
O destino, um fragmento impreciso.

verita
Enviado por verita em 26/02/2012
Código do texto: T3520346
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