Pensamento que flui como o vento
Vivemos num intenso vendaval,
nada para, nada sossega.
É sempre luta, desassossego, aflição e negação.
Por isso a necessidade de dar sentido a tudo isso.
Nossa inteligência nada pode fazer, ela é um nada!
Diante de tanto furacão.
Lembra-te das nossas noites dançantes?
Íamos de bar em bar, de restaurante em restaurante
procurando lugar pra dançar. E como dançávamos!
Como era gostoso senti-la, como era gostosa sua alegria!
E agora? Pra onde foi tudo isso? O vendaval levou?
Onde ele te jogou? Onde eu estou?
Na hora de pagar a conta, na noitada alegre
Lembra-te ? A disputa no palitinho pra ver quem pagava.
Era eu sempre que perdia!
Saía danado da vida ,
mas tudo compensava ao dormir contigo,
naquele apartamento da Glória, bem apertadinho...
Adoravas, vibravas e eu também.
O vendaval levou tudo, o apartamento e os palitinhos.
Não perco mais. Já perdi tudo.
Neste turbilhão incessante fui parar na lata de lixo!
Nota do autor: Da série poemas modernos, que se inicia hoje. É apenas Arte, ou pretende ser...