***O PODER CEGA O SER HUMANO***
Amanhece mais outro dia gélido e muito triste,
Apesar de tão bela luz fulgurante do nosso sol
Meu eu frágil e indeciso, não mais nem resiste
E humildemente reverencio a mais um arrebol!
No meu coração há uma dor amarga
Que se mistura a tanta contradição
A estrada sinuosa não é mais larga,
Se assemelhando ao fim de uma missão!
Quanta maldade no vil ser humano
Que degrada até os bons sentimentos
Notas por notas, talvez, um minuano,
Num salão da vida tão sem compartimentos!
Empalideço diante tanta injustiça
E posso quase tocar na ignorância
O homem e o bicho se amestiçam,
Babam e berram na mesma consonância!
E a tão sonhada e utópica educação
Não pode mais sequer, ser cogitada
O pouco ou o muito poder cega o coração
E se sobrevive, mesmo que inconformada!
Mas, como intentar mudanças em alguém?
Acho que não se tem a mínima chance...
O que é mal, convence o puro tão bem
E o ímpio fica fora de qualquer alcance!
Entretanto, não nos consegue sequer
dirigir o maldito vermelho olhar
Talvez, por medo da verdade não ser
previamente ofuscada,
Sempre óculos escuros para a retina não se queimar
E nunca sair do mundo negro de uma vida rebuscada!
Animal rastejante, bicho mau e peçonhento
Já não sabe nem mais ousar o teu sonhar,
Na cruel hipocrisia de uma grande turbulência
Chega a ser de todos bichos, o mais nojento,
E com isto o melhor da tua história acaba por exterminar!
Irlene Chagas
A Poetisa Do Amor