LENÇO MOLHADO
Na bolsa eu trazia o lenço molhado
Tantas lágrimas derrubadas
Era um tempo tão ruim
O tempo de chorar sem fim
Tempo dolorido
Lembrar não faz sentido
Mas hoje lembrei
Lembrei tanta coisa que não devia lembrar
Coisas que não podem e nem devem mais me machucar
Lembrei porque alguém tocou na ferida
Ninguém tem o direito de julgar a nossa vida
Ninguém conhece nosso caminho
Aparentemente sim
Mas o que está lá no fundo d’alma somente pertence a nós mesmos
Lenço molhado... passado
Ninguém tem o direito de tocar no intocável
Ninguém tem o direito de falar do que não conhece a fundo
Ninguém conhece o nosso “mundo”