ENQUANTO ISSO OU POR ENQUANTO
Lembrei- me do Pai de Santo
Chamei pelo sacrossanto
Mas meu barraco escorregou no barranco
Enquanto reclamamos de quartos desarrumados
Filhos desorganizados
Em seus aposentos empoeirados
Outros correm desajeitados
Fugindo da chuva desesperados
Fiz a fama
Deitei-me na cama
Com uma mundana
Saudade da minha choupana
Que foi levada na lama
Saudade da minha cidade
Do meu palco de guerra
Das minhas traves
Dos meus entraves
Sem pai, sem mãe, choram na solidão
Com o coração na mão
Nas corredeiras da inundação
Enquanto meu mundo desmorona
Com as duchas fortes do céu
Estúpida corona vendilhona
Que me pune como um réu
Enquanto o balancete
Não mostra o macete
Meu bracelete não é enfeite
Não é deleite
Enquanto tiram de Cristo a Cruz
Enquanto roubam com o Avestruz