Nu Artístico do pintor português Duarte Vitória *
PENSAMENTOS QUE ESCORREM
Quando meus olhos te puderem ver
Pararão naquele instante os meus passos
Deixarei que as palavras me desnudem,
Quando sentir o calor dos teus braços…
Quero abraçar o tronco nu da tua árvore,
Acariciar os teus silentes ramos,
Soprar as tuas folhas onduladas…
Quiçá sejam meus braços curtos demais
Para envolverem todo o teu espaço,
Para atarem o mais leve dos laços…
Quando minha mão na tua tocar,
Enquanto ouvir teus segredos em silêncio
Perder-me-ei no mar do teu olhar...
Hei de então regar as tuas pétalas
Antes que a brisa venha desflorá-las…
E tudo isto são pensamentos que escorrem,
Entre as minhas memórias orvalhadas...
Ana Flor do Lácio
* Duarte Vitória: «Louvor ao corpo», pintura portuguesa de hoje.
Duarte Vitória nasceu em Portugal, em 1973. Mora e trabalha no Porto e expõe regularmente na Galeria Pedro Serrenho Arte Contemporânea, no Campo de Ourique, em Lisboa.
A força e a vida que emana dos seus trabalhos é algo que me fascina. A precisão no desenho é de uma intensidade que não deixa ninguém indiferente. As telas são quase gigantescas e exercem sobre o observador um fascínio muito peculiar: é quase impossível parar de olhar e admirar. As expressões que capta parecem ganhar cada vez mais força e vida à medida que são observadas.
Suas obras espelham um toque de mãos que parece perseguir-nos em cada canto da tela: são mãos que falam tocando, invadindo sutilmente o íntimo. Suas telas retratam corpos tocados pelo prazer, corpos retesados, suados, musculados. As mãos que pintaram, parecem ser mãos que sentiram, observaram, mãos que registraram o toque do prazer que outras mãos lhe proporcionaram…
A força e a vida que emana dos seus trabalhos é algo que me fascina. A precisão no desenho é de uma intensidade que não deixa ninguém indiferente. As telas são quase gigantescas e exercem sobre o observador um fascínio muito peculiar: é quase impossível parar de olhar e admirar. As expressões que capta parecem ganhar cada vez mais força e vida à medida que são observadas.
Suas obras espelham um toque de mãos que parece perseguir-nos em cada canto da tela: são mãos que falam tocando, invadindo sutilmente o íntimo. Suas telas retratam corpos tocados pelo prazer, corpos retesados, suados, musculados. As mãos que pintaram, parecem ser mãos que sentiram, observaram, mãos que registraram o toque do prazer que outras mãos lhe proporcionaram…