Mudança
A casa parcialmente desmontada
Cada papel, cada objeto, cada utilitário sendo revisto
Garimpado, olhado, pensado
Lembranças nos cantos da casa
Percebo o quanto não foi explorada
Em paz observo novos detalhes
Não olhados, absorvo aproveito
Entendo o porquê da escolha da casa na época
Na tranqüilidade dos que estão em paz
Dos que sabem que cada momento é um momento
Que tudo é cíclico
Na tranqüilidade dos que sempre buscam o melhor
Mesmo não sendo este o resultado
Na tranqüilidade dos que sabem que em cada esquina
Em cada quina em cada instante
Há sempre o caminhar
O olhar para novos acontecimentos
Sempre momentos a serem vividos intensamente
Em alguns parecem que a alegria nos esquece
Mas há o enigma a ser decifrado
O aguardar dos sedimentos
Abro as cortinas e as janelas, escolhi morar no alto
No último andar...para no infinito poder caminhar
É hora agora de mudar, pisar no chão, tocar raízes
De encarar as verdades buscadas
Com amor, respeito, dedicação, leveza de alma
Volto a garimpar papéis, objetos, utilitários
E a tocar os móveis que ficaram para me acompanhar.