Mãos que se entrelaçam
Lábios que se juntam
Porém, gélidos não disfarçam...
- Desertos de almas!

Pés pisando ao mesmo tempo
Chão e flor
Caminhos que se cruzam
Paralelo desamor...
- Desertos de almas!

O olhar distante, solitário
Enxergando sem ternura
Metálica brancura...
- Desertos de almas!

Homens e mulheres
Tangidos pelo medo, sem afeto
Sem rumo, sem teto...

- Desertos de almas!



Há quem veja o deserto com olhos pessimistas, como se fosse um lugar sem vida. Os místicos acreditam ser um lugar de provações e abandono. Prefiro crer que o deserto traz em si a solidão e silêncio que fazem aflorar os sentimentos em toda sua essência, onde é possível ouvir a voz do amor. Acredito que criar desertos para a alma é uma coisa inerente ao ser humano e talvez seja necessário atravessar essa zona árida a fim de abandonar as tolices com que quisemos construir a nossa frágil existência; abandonar as nossos conceitos pré concebidos a que estávamos tão empenhados. Para encontrar um oásis nesse deserto às vezes é necessário perder a “razão”. E não somente a idéia de ter tido razão, mas a própria razão.
            Sendo assim, o bom sentido do deserto da alma amante e amada começará quando a pessoa não se interrogar mais, apenas “Deixar-se fazer, deixar-se amar".
 


Este texto faz parte do Exercício Criativo.
Leiam os outros autores e seus textos com o mesmo tema, acessem o link abaixo:


http://encantodasletras.50webs.com/desertos.htm



Nota: Meus amigos e leitores, agradeço os e-mails perguntando sobre a minha demora em postar novos textos, o motivo é que estou realizando um sonho antigo de trabalhar com livros e crianças. Estou muito contente e agora mais do que nunca, quero continuar a escrever e contar meus causos. Já tenho alguns quase prontos. Me aguardem! Obrigada a todos e um  grande abraço.

Maria Mineira
Enviado por Maria Mineira em 13/02/2012
Reeditado em 14/02/2012
Código do texto: T3496609
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