Ainda faço o que quero...
Terna, ainda me mantenho
Ainda fico surpresa
Do sonho ainda sou presa
Ao que creio, sou fiel.
Ainda o céu eu desenho
A partir de uma espiral
E quando eu cerro o meu cenho
Eu pareço colegial.
Ainda sorrio livre
Como se a ordem reinasse
Poeta, não crio impasse
Vivo além do trivial.
Por mim, não reinava o mal
Nem a guerra se faria.
Na hora de cada dia
Toda a existência ideal.
Para quê homens na lua?
Satélites nos controlando?
Polícia na nossa rua?
Governo pra submundo?
Ah, que bom que é questionar
Como se ordena esse caos
Ideias embaralhar
Semear o irracional.
Governo o meu próprio mundo
Ao tic do sentimento
Vou à Marte num segundo
Viajo no pensamento.