VESTIDAS PARA MATAR
Cibele Carvalho
 
 
 
Saem na noite, livres, despojadas
 
das aflições em que se veem cercadas.
 
Colocam maquiagem colorida,
 
tentando colorir, um pouco, a vida.
 
Escolhem os vestidos no armário
 
como se escolhessem um par
 
 - com cuidado singular.
 
Lançam- se atrás de aventuras
 
tentando esquecer das  desventuras.
 
A noite, para elas, é criança,
 
 desperta-lhes a esperança
 
de sonhos que não sonham mais...
 
Lindas, resolvidas, solitárias,
 
andam em direções contrárias,
 
às vias da felicidade
 
que lhes foge, com a idade
 
que elas pressentem chegar.
 
 Não sabem mais  aonde ir,
 
nem por qual caminho seguir.
 
Sabem que existe um lugar
 
onde a felicidade se esconde...
 
Mas onde será, onde?
 
*****
 
 
RJ, 15/01/11