IPÊ AMARELO

Quando mudamos para a nova casa

Notei logo a primeira coisa

Foi um pé de ipê amarelo

Que tinha a um muro, bem colado

Muito grande não era

E o que era eu nem sabia

Mas na primeira das muitas primaveras

Ele ficou coberto de flores amarelas

Daí, percebi do que se tratava

Pela manha, todo coberto o chão ficava

Por inúmeras pétalas douradas

E centenas de folhas amarguradas

Ele foi nossa primeira árvore de natal

E a primeira planta a enfeitar nosso quintal

Fazia sombra na cozinha

E muita sujeira na casa da vizinha

Foi então tomada a decisão

De cortá-la para não ter amolação

Ignorando toda aquela beleza

Que nos cedia por gentileza

Dela só restou um pedaço de tronco

Que guardei como lembrança

E hoje serve de ornamento

Em meu jardim de madeira

O arranjo ficou uma beleza

Nem dá para notar toda tristeza

Um tronco morto de ipê amarelo

Em contraste com um florescer singelo

Pois junto plantei mine roseiras

Ironicamente vermelhas e amarelas

A cada semana uma mais florida

E o resto de ipê bem no meio sem vida

Em um único braço que aponta para o lado

Coloquei também de madeira um pássaro

Talvez para trazer mais alegria

Àquela que tanta alegria me trouxe um dia

Sei que foi injusta a decisão

De cortá-la para evitar reclamação

Ignorando toda aquela beleza

Que nos doava por gentileza

Aléssya
Enviado por Aléssya em 16/01/2007
Código do texto: T348479
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