Imprevalecente Espírito

Dias de escárnio

O ladrão salta diante dos olhos da lei

Afrontando a autoridade de sua mão forte

Olho ao meu redor

E vejo a pequena parte do mundo que me cerca

Sinto-me perdido

Em meio a essa terra fertilizada de dor

Vejo a amargura de seus frutos

Estampada nas faces daqueles que me rodeiam

Suas flores, a todo esforço,

Negarem-me seu perfume moribundo

Atos que transgridem os limites da tolerância

E meu coração hoje chora

Pois sabe, outrora foi livre

Minhas mãos estendem-se aos céus

Mas a verdade que habita o paraíso nenhum sinal envia-me

"Oh Senhor da Criação, lançai vossa mão

E apagai a luz que guia meus olhos

Para que, com fogo eu não veja

A terra ser curada de todo o mal que nela rasteja"

Mentes que anseiam por minha presença

Corpos que anseiam por meu calor

Corpos que a meu corpo já aqueceram

Corpos que jamais voltarei a coabitar

...Tudo é dor

Mas o sangue que escorre

Fortes raízes finca em solo fértil

E crescendo, seus ramos consomem

E a toda resistência subjugam

Por fim destroem os pilares da mentira

Porquanto sua espada é a verdade

Mergulhada num mar de tristeza, afoga-se minha alma

E meu coração hoje chora

Pois sabe que o horizonte do perdão

Está agora além de montes intransponíveis,

Enigmas indecifráveis e labirintos de pura perdição

Então prostra-se meu espírito em leito de escuridão

E as brumas do esquecimento lhe são por companhia

Em lágrimas que amargam o preço da ignorância

Em lágrimas que queimam o arrependimento

Em lágrimas que que a culpa logo absorve

E lá descansa...

E lá descansa...

...lá descansa

Isaque
Enviado por Isaque em 15/01/2007
Reeditado em 30/06/2007
Código do texto: T348075
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