Fim de tarde
Não há em qualquer outra cidade do mundo
um pôr-do-sol como no Rio de Janeiro...
Sentado à beira da praia,
entre as sombras das montanhas
e o espelho das águas do mar,
observo a vida passar tão lentamente...
São cachorros, automóveis, gentes...
É o tempo.
Não há solidão aqui em dias desses,
pois sempre há alguém em volta
a sorrir, a assobiar com os olhos
a melodia doce da vida.
E enquanto o sol se esconde,
os amigos se reúnem à mesa do bar,
as pessoas se encontram na calçada,
a brisa sopra, trazendo o frescor de mais uma noite.
E a vida segue o seu rumo.
Mas há sempre aqueles observadores, iguais a mim.
E não pense agora que me sinto sozinho,
entristecido, invejoso da felicidade alheia. Não, meu amigo!
Pois não há nada mais reconfortante que observar
este espetáculo que é a vida,
ser um invisível coadjuvante na história de cada um,
compartilhar estes momentos,
e saber que, de alguma forma, todos também
fazem parte da minha história.
E o noitecer, enfim, chegou...