A distância entre minha alma e a ilusão só aumenta.
Apenas o princípio de compreensão de vida,
Vindo do exercício sincero e contínuo da poesia,
É que me sustenta.
Penso que deva fazer parte do processo de desapego,
Para a próxima etapa do enredo.
É sim, bastante desconfortável ter que largar,
Sem saber, ao certo, a que me agarrar...
É verdade que nunca vivi em “segurança”,
Mas, acreditava ser o criador de minha dança.
Era a um só tempo ingênuo e arrogante.
Não poderia imaginar chegar tão distante...
Sinto certo cansaço de ter que me controlar,
De ter que interpretar,
Para poder manter a fachada de vida em sociedade.
Esse elogio à futilidade.
Vou combatendo-a,
Desmascarando-a,
Aos poucos, pelas beiradas,
Como ela fez com a multidão ludibriada...
Ao ampliar meu peito,
Fiz da Terra meu leito.
Afeto-me, conscientemente, com tudo,
Que acontece nesse mundo.
É preciso,
Para lapidar o antídoto,
Para tanto sofrimento,
Sem cabimento.
Tanta desunião!
Essa medonha ingratidão,
Corroendo as relações,
Atrasando as ensolaradas estações!
Desgastante é conviver com a falta de respeito generalizada,
Banalizada;
A violência institucionalizada,
Pela ignorância alimentada.
As traições ideológicas,
As ausências ilógicas!
A mão fechada...
A fachada blindada!
Já teria enlouquecido,
Ou me esquecido,
Não fosse o convívio fortuito com a floresta,
E sua exuberância, que ao Bom, atesta!
Vídeo indicado
Luiza Possi
"Gandaia das Ondas/Pedra e Areia"
http://www.youtube.com/watch?v=AE7Z4XQiCXc&feature=related
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