HABEAS CORPUS
A juíza vida mandou prender-me
Aos seus enigmas e às sutilezas
De um coração que bate sem compasso
No estardalhaço das incertezas
E eu, com medo, naquele mesmo ato,
Impetrei um habeas corpus transcendental
Para que eu pudesse ir e vir, de fato,
Perambulando entre o bem e o mal
Mas como a justiça , quase sempre, é lenta
Passei momentos no cárcere das emoções
E, desde então, meu coração ferventa
Nas notas graves das sutis canções...
Mas sei que um dia soltarão as algemas
Que me prendem, incauta, às emoções de outrora
E poderei voar como dança o vento, apenas,
Enigmaticamente, embevecendo a hora...
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