Minha boa e velha poesia
Nada do amanhã
Realmente vale a pena.
Durmo e não me importo;
Se acordar quando hoje me envenena.
Inebria meus sentidos
A incerteza do que virá.
Não é medo. Não é receio.
Sobretudo, encoraja-me a continuar.
Em frente, sempre em frente.
Enxergando o que puder.
Lutando contra o bem
Se assim quiser.
Os males me protegem,
Defendem a mim e regem.
Dos seus olhos cínicos,
Que por ventura me perseguem.
Não caio. Não paro. Não rastejo.
Se por hora saio de cena
É porque na minha boa e velha poesia
Reencontro meu rastro e deixa minha alma serena.
Um velho novo eu.
Um novo velho amanhã.
Trago comigo na boca amarga
O desgosto de uma podre maçã.
Obstáculo não há.
Não vejo. Não ouço. Não temo.
Melhor assim.
No meu caminho sou supremo.