SOLIDÃO INTELECTUAL
Este entrelaçar de horas vivas
Este eterno mar de letras lívidas
São histórias de amor furtivas
São memórias da cor das lidas
Esta solidão por trás da alma
Esta imensidão de letras lânguidas
Como tempestade que não acalma
Como potestade da essência em chamas
E que trabalho moldar o verbo
à cor cinzenta das desilusões mundanas !
E esculpir a cruz de todo advérbio
à luz sublime das emoções mais planas !
Mas, meu Deus, o substantivo "arte"
Pode ser tão só quanto o adjetivo "triste"
Que concede à dor o dom que se reparte
Em tudo que se esvai, em tudo que existe...
Como solidão perdida entre tudo e nada,
Como emoção contida entre bem e mal,
Meu Deus, será que existe maior cilada
Que esta inefável solidão intelectual ?
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