A Recidiva da Dor

Dor

Dor maldita

Dor que finge estar morta

Dor que se esconde no dia a dia

Dor que retorna sempre

Por que maldita?

Vá embora de vez

Me deixe viver

Me deixe em paz

Me deixe ser feliz

Mas não,

Você parece ter vida própria

E sempre retorna quando menos espero.

Acordo feliz, olho o sol e digo a mim mesma

Hoje será um bom dia

Mas que nada

Basta ler um jornal, ver o noticiário

Entrar na internet

E lá está ela, em outro corpo, mas com as mesmas feições

A dor maldita

Eu sinto o dia nublar-se

Meu peito fica apertado

Toda a lembrança retorna

A paz que eu queria ter

Vai-se embora em meio

À uma maldita e única palavra

Câncer

Palavra maldita

Dor maldita

Eu te renego

Mas por dentro não consigo dominar

A hemorragia cardíaca

A hemorragia branca dos olhos

E a sinto ao meu lado altaneira

Fica dor desgraçada

Já entendi que sem você não ficarei.

Emar
Enviado por Emar em 23/01/2012
Código do texto: T3456753
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.