A Recidiva da Dor
Dor
Dor maldita
Dor que finge estar morta
Dor que se esconde no dia a dia
Dor que retorna sempre
Por que maldita?
Vá embora de vez
Me deixe viver
Me deixe em paz
Me deixe ser feliz
Mas não,
Você parece ter vida própria
E sempre retorna quando menos espero.
Acordo feliz, olho o sol e digo a mim mesma
Hoje será um bom dia
Mas que nada
Basta ler um jornal, ver o noticiário
Entrar na internet
E lá está ela, em outro corpo, mas com as mesmas feições
A dor maldita
Eu sinto o dia nublar-se
Meu peito fica apertado
Toda a lembrança retorna
A paz que eu queria ter
Vai-se embora em meio
À uma maldita e única palavra
Câncer
Palavra maldita
Dor maldita
Eu te renego
Mas por dentro não consigo dominar
A hemorragia cardíaca
A hemorragia branca dos olhos
E a sinto ao meu lado altaneira
Fica dor desgraçada
Já entendi que sem você não ficarei.