suprema paranóia
suprema paranóia
que tanto me escraviza
que me segrega e marca em sua parede
os surtos coletivos com os meus vários “eus” que tive
suprema paranóia
que me chama pelo nome
e puxa meus pés pela beirada de minha cama
e não diz para onde vai me levar a noite
cansado e aturdido
drogado comigo mesmo
e leviano por demasiado em meus pensamentos suicidas
suprema paranóia
que me faz assim tão infeliz
que me faz acreditar que você ainda existe e me espera
e que grita seu nome para mim
marca indelével de meu bater cardíaco
sem eu nada poder fazer e nem rastejar
suprema paranóia
que eu tanto cultuo como a minha mais sagrada religião
suprema paranóia
abandone minha alma
suprema paranóia
deixe eu pensar em algo ao menos um minuto
sem ter que conviver com essa tarja preta sob meus olhos
suprema paranóia
deixe eu escutar essa musica infinitamente até altas horas da madrugada
sem estrondos internos meus ou interrupções
suprema paranóia
não quero mais esse lamaçal sob meus pés
suprema paranóia
permita eu rezar sem admitir a possibilidade do Mal em minha vida
suprema paranóia
não continue a me sugar
quero tapar os meus olhos para o relógio e esses dias que correm
quero fugir e escapar de uma vez dessa sua moda vazia e barata
suprema paranóia
não deixe mais que essas imagens de outrora se façam em minha mente
suprema paranóia
que alguém se salve nesse décimo segundo ano
suprema paranóia
que eu consiga por 40 dias esquecer de mim mesmo
e salvá-los
e salvá-los
hermeticamente e com amor.
que assim seja,
Suprema Paranóia...