ENTRE SONHOS E TEMPESTADES
Quem criou o desespero
Esqueceu de esperar a hora
E não colocou nenhum tempero
Nesta dúvida que nos devora
Em busca de respostas vãs...
Quem, por sua vez, inventou o sonho
Viu que o tempo também era
Uma tempestade, um mar medonho
De toda a cruz que a luz espera
Refletida no espelho que é a alma...
Ah, queria que alguém inventasse
Um eterno amor à prova de balas
Imune a qualquer frívolo impasse
Imune ao tempo, ao espaço, às falas
Que a tempestade sempre traz
Na forma de gotas de desespero
Como lídimo túnel no qual jaz
Aquilo que, um dia, chamou-se paz !
Sim, queria que o melhor inventor do mundo
Implementasse um terno amor à prova de balas
Amor, simplesmente, eterno e tão profundo
Que não haveria qualquer dinheiro em malas
Ou conta bancária ou um simples cartão imundo
Que pudessem comprá-lo ou vendê-lo, apenas,
Pra satisfazer a ganância da estúpida carne
Que sempre se esvai deste mundo mecenas
E que nunca sai de seu mais alto alarme
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