Delírio Súbito Dedicado ao Pranto.
Radiante como a purpura cor do por do sol,
Embalada pelas cantigas de teus antigos pesadelos,
Concedestes ao teu frágil coração de plástico,
A moldura mais bela que compusesses.
Atravessando o delírio febril de tua veste (Corpo).
Confeccionastes a mais bela homenagem ao teu pranto.
Não é canto, amor ou poesia,
Isto que tua verdade torna mentira,
O riso frio que oculta teu olhar,
A armadura mais bela que esconde teu corpo.
Serias um anjo,
Se não fosses humano,
Se não traísse a ti mesmo, por uma falsa felicidade,
Contentar-se com o que é bom,
É seguir o fluxo que o rio lhe propõe.
Não escondas teu olhar, por a intensidade da sua cor,
Mais belo é o feio que se torna verdadeiro,
Do que a beleza que maquia a mentira.
Não me importa que sejas belo,
Ou eterno como os mistérios de teus olhos,
Quero que mostre-me teu pranto mais doloroso,
Pois assim saberei como é a face que escondes.