Inimaginação
Há uma voz que chama
Um sentir que clama
Numa choupana oca
Diz versos, declama...
Sussurra, grita poemas
Até ficar rouca...
Há uma voz que canta
Um ser que encanta
Numa alma tosca
Que sem sentido,
Não lhe dá ouvidos,
E faz-se mouca...
Ah, infeliz moribunda
A vida lhe esvai,
Corre arredia,
Indômita,
A cavalgar no alazão do tempo,
Sem rédeas, sem rumo, sem direção...
E a poesia,
Por covardia,
Faz companhia,
Num vagar vadio,
Sem rima, sem graça, sem inspiração...