A Prostituta

Você

cambaleia sem rumo

sem graça, sem prumo

ao som das batidas

de um coração vazio

Fera no cio

tentando juntar

o quebra cabeça

que não faz sentido

Você

desaprendeu a amar

escorrega sem alma

por bares, lugares

becos e medos

esperando estar lá

fazendo segredo

procura pernas

seios e curvas

e alguém sem um nome

aonde chegar

Você

se vende barato

ao pagar por um corpo

Sem notar, está morto

alvejado de novo

pela própria angústia

Você

solidão desmedida

sofrimento do afago

desejo com dor

jamais saciado

certeza que chora

se derrama por dentro

culpa que clama

ao se olhar no espelho

Você

envolto em fantasmas

em meio às feridas

A vida sangrando

a consciência perdida

O prazer maculado

O destino traçado

Os sonhos caídos

De amores vencido

Por acaso esquecido

Tragédia ambulante

Nos braços dela

Não, não é ela!

Jamais será ela

Não é ela a prostituta.

Miss Jade
Enviado por Miss Jade em 15/01/2012
Reeditado em 23/08/2012
Código do texto: T3442957
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