A Prostituta
Você
cambaleia sem rumo
sem graça, sem prumo
ao som das batidas
de um coração vazio
Fera no cio
tentando juntar
o quebra cabeça
que não faz sentido
Você
desaprendeu a amar
escorrega sem alma
por bares, lugares
becos e medos
esperando estar lá
fazendo segredo
procura pernas
seios e curvas
e alguém sem um nome
aonde chegar
Você
se vende barato
ao pagar por um corpo
Sem notar, está morto
alvejado de novo
pela própria angústia
Você
solidão desmedida
sofrimento do afago
desejo com dor
jamais saciado
certeza que chora
se derrama por dentro
culpa que clama
ao se olhar no espelho
Você
envolto em fantasmas
em meio às feridas
A vida sangrando
a consciência perdida
O prazer maculado
O destino traçado
Os sonhos caídos
De amores vencido
Por acaso esquecido
Tragédia ambulante
Nos braços dela
Não, não é ela!
Jamais será ela
Não é ela a prostituta.