Abrindo a janela

Não se explica muitos poemas, assim como não se explica muitas obras de arte (não é uma regra), pois é por si só uma obra cheia de questionamentos e particularidades.

Hoje não precisei sair para criar o que muitas vezes é preciso viver antes de fazer, porém estava na dúvida se ainda me encontrava viva ou morta ou uma morta-viva.

Bastou abrir a janela para provar um pouco do vento, um simples ato condicionado, seguido de um muro em minha frente o que me fez surgir palavras e aquele sentimento inexplicável, dizendo que ainda estava respirando e podia continuar o dia.

O que adianta abrir a janela,

pra tentar enxergar,

essa minha liberdade cega,

se há essa massa de concreto,

que endurece ainda mais com o tempo?

Vejo algumas folhas se movendo,

inquietas, tentando ir contra o vento.

Vejo pássaros apoiando-se em antenas,

acreditando estar em galhos,

voando rápido para provarem

ao máximo de sua liberdade,

que ainda não se sabe ao certo...

o que é?

Mas para não serem pegos

rapidamente,

Somem em meio ao céu.

E os que estão em gaiolas?

LePr
Enviado por LePr em 15/01/2012
Código do texto: T3442900
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